
Organizações Teal e baseadas na confiança e colaboração – Quais os pontos críticos?
September 26th, 2018 Posted by Sankett Casos, Regenera 0 thoughts on “Organizações Teal e baseadas na confiança e colaboração – Quais os pontos críticos?”Por Capucine Ortoli Originalmente publicado em enliveningedge.org e theteamakers.org
Tendo passado o último um ano e meio contribuindo para o desenvolvimento e adoção de uma organização Teal, baseada na confiança, e empoderamento de times em uma companhia relativamente grande, eu sinto que estou presa “em meio” a um mundo de transição. Imaginando se é somente sobre eu sendo rebelde a qualquer KPI (Key Performance Indicator, Indicador Chave de Performance), a qualquer controle, se sou tão dogmática e idealizadora que não consigo ser a ponte que as pessoas esperam que eu seja… entre os chamados ‘modo antigo’ e ‘novo modo’ de fazer, pensar e ser das empresas corporativas.
Sou requisitada pela empresa a ser uma conectora, porque mesmo implementando o ‘novo modo’, ainda sou parte de uma empresa regrada principalmente de forma bastante diferente de qualquer cultura Teal, com base na confiança.
Me é pedido que eu me comporte de uma nova maneira que inspire a mudança, mas sou julgada de acordo com as antigas regras. Na prática, isso significa que fatos & figuras (números) continuam a ser seguidas(os):
“Isso está funcionando ou não? Mostre-me os fatos & figuras (números), quantas pessoas são Teal? Quantos times mudaram? Estamos indo rápido o suficiente? Qual o plano de mudança?”
A questão que levanto é: “Essas perguntas sequer fazem sentido considerando o novo paradigma?”.
Tentar compreender essa mudança com as métricas, fatos & figuras, ou observando-as, não nos leva a lugar algum – ou nos levará ao mesmo lugar de sempre porque nós pensaríamos da mesma maneira de sempre. Permaneceríamos na superfície.
Ok então… Como mudar? Como começar? Vamos tentar ajudar a compreender e começar de algum lugar:
- Você aceitaria de bom grado a incerteza todos os dias?
- Quais são seus medos em abrir mão, controlar menos, ouvir mais, levantar questões para o grupo e trabalhar de maneira mais interativa?
- Como você se sente nesse mundo de “aprender fazendo”?
- Como você se sentiria ao ser conectado com suas emoções
O que quero dizer com essa lista de perguntas: “Nenhum problema pode ser resolvido no mesmo nível de consciência que o criou” como Einstein disse.
Esse nível de consciência, nesse contexto em particular, significa que OUTRO nível de consciência precisa estar em sua mente e corpo para fazer a mudança. Esse nível de consciência pode somente emergir se você abrir mão da necessidade de entender e controlar tudo.
Esse nível diferente de consciência virá se você vivenciá-la: na conversa, na escuta, no silêncio, nos questionamentos, na contemplação, na conexão a você mesmo e a outros.
Muitas pessoas estão questionando: “Ok, então é tanto uma transformação pessoal quanto uma mudança da corporação, mas como começar de fato?” Não há uma resposta única para essa pergunta; podem existir milhares jeitos para fazer isso acontecer porque é sobre quem você é consigo, com outros, com a corporação como um todo, com o mundo.
Tentem esse caminho: perguntem-se algumas das questões listadas abaixo, respondam honestamente e mais profundamente possível. Tudo bem se não encontrarem as respostas imediatamente; tentem mais uma vez. Por favor, sintam-se a vontade para adicionar questões a essa lista, este artigo é aberto para sua contribuição.
Perguntem-se:
- Eu sei quem eu sou?
- Eu sei por que estou aqui?
- Eu compreendo por que nós precisamos mudar?
- Eu confio e as pessoas confiam em mim?
- Eu estou pronto para não dar autoridade sobre mim?
- Eu demostro vulnerabilidade?
- Eu participei na definição dos objetivos coletivos?
- Eu escuto profundamente?
- Eu aplico o processo do aconselhamento?
- Eu distribuo o poder?
- Eu posso liderar e ser liderado?
- Eu pratico meditação ou contemplação com regularidade?
- Eu deixei as mascarás para trás?
- Eu vejo potencial em todos?
- Eu dou total transparência a qualquer informação?
- Eu aceito que não preciso tomar todas as decisões?
- Estou confortável com as decisões tomadas sobre onde a informação está?
- Eu entendo que todos possuem talentos
- Eu contribuo na construção de um ambiente mais prazeroso
- Eu faço o que amo, amo o que faço e aceito que os outros façam o mesmo?
- Estou preparado para dizer “Eu não sei”?
- Eu me levantei contra o sistema?
- Eu procuro feedback baseado nas minhas necessidades e eu sei como dar um feedback construtivo?
- Eu consigo expressar meus sentimentos e necessidades?
- Eu aprendo fazendo ao invés de planejando?
- Eu concordo que planejar é supor?
- Estou preparado para cometer erros?
- Eu aceito as pessoas como elas são?
- Eu sei quais são meus valores e vivo por eles?
- Eu aceito que KPIs desvirtuam o que fazemos?
- Eu vejo oportunidade de oferecer coach e não de dar ordens?
- Eu me conecto profundamente com as pessoas?
- Eu aceito que longas listas não são realizadas?
- Eu não faço jogo político?
- Eu aceito a incerteza?
- Eu estou preparado para experienciar novos papéis conforme a necessidade?
- Eu não preciso saber de tudo?
- Eu aceito abrir meu currículo (CV) de fracassos?
- Estou disposto a perdoar a mim mesmo e aos outros?
- Eu posso ter relacionamentos adulto-adulto com todos?
- Eu aceito que todos podem ser líderes?
- Eu busco ser ciente de meus hábitos?
- Estou disposto a ter nenhum crédito por aquilo que fiz?